Desde a antiguidade, alguns efeitos importantes foram atribuídos à interação do som com os sistemas vivos. Instrumentos específicos foram desenvolvidos para acompanhar meditações, rituais religiosos e cerimônias sociais, nos quais o som era utilizado para conectar mente e espírito.
Sound Healing e o Fenômeno da Ressonância
No corpo humano, o som - um fenômeno físico vibracional que induz ressonância – passa pelos tecidos auditivos e não auditivos. A Massagem Sonora é um termo que enfatiza a percepção da vibração por todo o organismo. O Sound Healing, ou Terapia do Som, utiliza o som como um fenômeno físico, sem ritmo nem melodia, para criar a ressonância ideal entre as vibrações das tigelas cantantes e as vibrações do receptor específico.
A ressonância é definida como um fenômeno no qual um sistema oscilante pode absorver energia de uma fonte externa, com eficiência particular em apenas uma frequência específica. Todo sistema físico – caracterizado por suas próprias frequências de oscilação – pode entrar em ressonância com uma fonte externa.
Há alguns anos, uma equipe de biólogos amplificou e estudou as ondas sonoras produzidas pelas células. O som das células parece estar relacionado ao metabolismo celular e a expressões genéticas específicas. Vibrações distintas, que se unem à superfície celular através do citoesqueleto, parecem ser o resultado da montagem e desmontagem específica do DNA. Isto poderia implicar que as vibrações externas desempenham um papel na modulação da atividade celular.
A biorressonância indica os efeitos do som no corpo humano. Ela surge em dois níveis: um nível mecânico-acústico, devido à onda de pressão do som sobre todos os tecidos do corpo; e um nível eletromagnético, devido ao campo eletromagnético ultra fraco criado por cada som, afetando a água corporal, as moléculas e as ondas cerebrais.
Gongos e Taças Tibetanas são instrumentos tradicionais usados no Sound Healing. A ressonância de suas vibrações com o corpo do receptor determina a modalidade ideal de tratamento sonoro.
Estudo Científico: Taças tibetanas e pacientes oncológicos
Um estudo publicado no European Journal of Integrative Medicine mostrou os resultados de um ensaio piloto realizado com taças tibetanas em pacientes com câncer metastático em uma unidade de oncologia na Itália.
Por um período de 2 semanas, os 12 pacientes passaram por 6 sessões com as taças tibetanas. Foram realizadas medições objetivas (eletrocardiografia, condutância da pele e eletroencefalografia) e subjetivas (QdV, Ansiedade/Depressão, Angústia, Fadiga). Os pontos finais foram viabilidade (recrutamento, frequência, adesão ao tratamento) e benefícios (melhoria na qualidade de vida, ansiedade, angústia, excitação e exaustão mental).
Para os parâmetros subjetivos, houve diferença estatisticamente significativa apenas para o Termômetro de Socorro (2,4 vs 5,3 p = 0,0005).
Para parâmetros objetivos: 1) nível de condutância tônica da pele (SCL) diminuiu significativamente (p = 0,0091) e SCL fásico (p = 0,0064); 2) a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) aumentou significativamente (p = 0,0041); 3) O registro EEG nas áreas frontais anteriores revelou alterações na coerência beta, alfa e inter-hemisférica, (beta: p = 0,09; alfa p = 0,046; coerência p = 0,084).
Segundo o estudo, desde as primeiras experiências que tiveram com Taças Tibetanas em pacientes oncológicos, notou-se que estes experienciaram um relaxamento profundo, uma redução da ansiedade e um estado de bem-estar. Os pacientes expressavam isso com diversas metáforas e analogias; diziam sentir, por exemplo, "o som das taças se juntando e derretendo e sentindo uma brisa que dissipava a ansiedade e a dor". Também disseram que puderam voltar a confiar em sua capacidade de autodefesa e que tiveram a percepção de seu próprio corpo e não sentiram medo.
Este estudo destacou a capacidade das tigelas tibetanas de induzir um estado de bem-estar dos pacientes com câncer, proporcionando benefícios mensuráveis.
Taças Tibetanas diminuem ansiedade, atividade mental involuntária e estresse: Estudo
O estudo realizado por Livia Bidin, Luca Pigaiani, Manlio Casini, Pietro Seghini, Luigi Cavanna concluiu que os parâmetros de viabilidade (aceitação, assiduidade e conformidade) foram alcançados e que programas personalizados devem ser oferecidos a pacientes em risco de agravamento rápido das condições e a indivíduos afetados por metástases ósseas.
Além disso, ele sugere que uma ferramenta visual para sofrimento subjetivo parece mais apropriada do que questionários validados e que as ferramentas úteis para coleta de dados objetivos são SCL, HRV e EEG ântero-frontal.
Conclui-se que as Taças Tibetanas diminuem a ansiedade, a excitação, a atividade mental involuntária e o estresse e que ensaios maiores devem confirmar estes resultados.
Keywords: Sound-therapy; Tibetan bowls; Integrative oncology; Mindfulness; QOL; Cancer; Science; Ciência; Estudo Científico; Taças Tibetanas; Tigelas Cantantes; Câncer; Oncologia Integrativa; Terapia Sonora; Terapia do Som; Cura pelo Som.
Tradução e Adaptação
Livia Bidin, Luca Pigaiani, Manlio Casini, Pietro Seghini, Luigi Cavanna, "Feasibility of a trial with Tibetan Singing Bowls, and suggested benefits in metastatic cancer patients. A pilot study in an Italian Oncology Unit", European Journal of Integrative Medicine, Volume 8, Issue 5, 2016, Pages 747-755, ISSN 1876-3820
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